"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

sábado, 24 de outubro de 2009

A insustentável leveza do ser...


... de Milan Kundera...
A história se passa nos anos 60 em Praga, Tchecoslováquia. Tomas, personagem principal da narrativa, é um médico que se dedica a cultivar inúmeras parceiras sexuais, sempre alerta, entretanto pra que não se tornem vínculos afetivos. A despeito desse seu propósito, duas delas, Sabina, uma artista plástica, e Tereza, uma garçonete-fotógrafa, passam a estar mais presentes na vida dele do que ele próprio havia planejado. A primeira, uma sensual personificação da liberdade e a segunda, se colocando ao seu lado como uma âncora a lhe lembrar sempre vínculo e compromisso.
Para Tomas, a leveza é o fruto principal e mais valioso de uma vida livre e descompromissada. A partir do relacionamento estabelecido com Teresa, Tomas experimenta o peso opressivo do comprometimento. Por outro lado, acaba por descobrir que a leveza despe completamente a sua vida de sentido tornando-a insustentável. E que a peso do comprometimento acaba se tornando um ponto que fixa sua vida a algum sentido.
Essa relação triangular é duramente afetada na ocasião da “Primavera de Praga” quando tanques soviéticos invadiram a capital tcheca para pôr fim a uma série de protestos. E suas vidas mudaram de forma uma definitiva...

Vale muito a pena ler! Eu adorei e me identifiquei imensamente com as questões existenciais levantadas. Leiam também!

Tibet

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