"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Então (isso) é Natal?


Aqui estou eu às voltas com mais um fim de ano e todas aquelas "aspirações momentâneas" e "desejos de vir a ser" que tomam conta de quase todas as pessoas que habitam esse planeta. Tenho uma dificuldade enorme em lidar com isso. Irritação e preguiça de tantas "boas intenções" e "alegrias" "imprensadas" em, apenas, alguns (poucos) dos longos 365 dias do ano! Quanta hipocrisia nutrida e bem alimentada por essa "onda" consumista, fútil e extremamente volátil que se tornou a filosofia de vida do mundo contemporâneo.
O mês de dezembro se transformou em um verdadeiro pesadelo!
Tô em contagem regressiva desde já! Que essa "fanfarra" passe logo!
Em outras palavras: Afffff! Que saco viu?!

Tibet

sábado, 15 de outubro de 2011

Love is...



(PELA TOLERÂNCIA...)
Tenho verdadeira preguiça com o fato disso ainda ter que ser uma discussão...

Tibet

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Um sonho...


Hoje me veio uma vontade alucinante de comer um sonho de goiabada!
Essa vontade me desassossegou o dia inteiro...
E tomou conta do meu juízo!

Às vezes umas nossas vontades básicas primárias imperam!
Há que se vigiar sempre...(rs)
Pra que cuidemos de satisfazer, apenas, aquelas que nos deixam um gostinho doce no final...
... e uma boca lambuzada de açúcar...

(Ai que vontade viu?! Acho que porque hoje é o Dia das Crianças! Sonho de Goibada é a minha mais forte "memória gustativa" da infância...)

Tibet

domingo, 9 de outubro de 2011

Clarice...


É ela...

Tibet

Às vezes...



Às vezes sou um edredon macio e quentinho...
outras... o frio e o sereno da noite...

Às vezes sou um café solitário na cama...
outras... uma vodka com gente e limão...

Às vezes sou um lago claro e sereno...
outras... mar profundo e revolto...

Num dia só quero ir...
e no outro... ficar...

Às vezes...
... só me canso desse oscilar...

Tibet

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Releitura 2...


Como eu tinha falado aí embaixo, ando lendo (e relando, em alguns casos), umas coisas de Foucault. O que estou relendo agora é, na verdade, um trabalho muitíssimo interessante que foi coordenado por ele.
""Eu, Pierre Riviere, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão"
Em 1835, Pierre Riviere, de 21 anos e considerado um deficiente mental na comunidade na qual vivia, degolou sua mãe, sua irmã e seu irmão. O trabalho coordenado por Foucault faz uma compilação de peças e pareceres processuais, análises psiquiátricas controversas, notícias da época e narrações daqueles que conviveram com o assassino e nas quais são descritas atitudes, hábitos julgados estranhos e episódios de infância de uma personalidade tida como alienada e perturbada.
Além de ser um caso muito instigante por si só, por apresentar várias possíveis análises a partir de múltiplas perspectivas, as observações de Foucault e colegas ao final da obra dão um plus extraordinário em toda a história.

Pierre Riviere foi, inicialmente, condenado à morte, penalidade que foi, em seguida, comutada para prisão perpétua graças aos diagnósticos de debilidade mental.
Ele escreveu suas memórias na prisão. Memórias complicadas ao entendimento da nossa racionalidade lógica.

Recomendadíssimo!

Ah! A foto é do filme francês de René Allio, gravado em 1976 e baseado no trabalho coordenado por Foucault.
Ainda não tive a oportunidade de assistir. Não sei nem se foi traduzido pra gente aqui...
Mas, vou dar uma procurada por aí.
Se encontrar... eu conto!

Tibet

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Releitura...


Não sei se já comentei aqui, mas, eu tenho mania de ler em cada pequeno intervalo livre da minha rotina de dias úteis. Gosto de ler, especialmente, na minha hora de almoço (nessa hora prefiro algo mais lírico, mais poético... que me faça abstrair, de fato, da excessiva carga de praticidade do meu trabalho). Então... dos 60 minutos que tenho, almoço em 15 e fico com "enormes" 40 minutos de folga só pra ler... (ah! antes que alguém cisme em perguntar: eu escovo os dentes nos 05 minutos que ficaram faltando aí nessa conta tá? rs). Gosto muito de ler tarde da noite também...naquela hora em que a casa toda já dorme... o notebook e a TV já estão desligados e o celular não vai mais tocar... (pra esse horário ando numa vibe meio Foucaultiana... Depois conto aqui...)
Pois é... e, pra ambos os horários, ando vivendo uma fase de releituras.
Estou relendo, de sobremesa, o "Ressurreição" de Machado de Assis. Adoro Machado de Assis. Você lê, e pouco importa se os personagens são brancos ou negros, altos ou baixos, bonitos ou feios... Ele "gasta" parágrafos e mais parágrafos descrevendo o personagem em cada detalhe da sua personalidade. E constrói algumas personalidades densas,complexas, intrigantes que convivem com algumas outras não tão densas e nem tão complexas e mais superficiais... Tudo isso torna a leitura muito rica e interessante. Todo aquele mundo... bem subjetivo... Gosto disso.
Então... Aí vai, só pra ilustrar, trechos de um diálogo do "Ressurreição"

" - Confiei todavia na influência do amor. Empreendi a tarefa de o trazer à atmosfera dos meus sentimentos, errada tentativa, que só me produziu atribulação e cansaço...
... No dia em que o tédio apareceu conheci que o mal estava consumado. Quis emendá-lo e não pude...
... às vezes cuido que não vim ao mundo para ser feliz nem para dar a felicidade a ninguém. Nasci defeituosa, parece.

- Naufragaste á vista de terra, e do naufrágio trouxeste apenas úmidos os vestidos. Sabes o que é naufragar em mar alto e solitário?

- Não me caíram as ilusões como folhas secas que um débil sopro desprega e leva, foram-me arrancadas no pleno vigor da vegetação...
... Meu espírito ficou árido e seco. Invadiu-me então uma cruel misantropia, a princípio irritada e violenta, depois melancólica e resignada. Calejou-se-me a alma a pouco e pouco, e o meu coração literalmente morreu..."

Então... isso é Machado de Assis!
Experimentem, se ainda não o fizeram...

Tibet

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

As antiguinhas de Caetano...


Engraçado como a nossa memória torna significativas as várias passagenzinhas que marcam a nossa vida! É incrível, mas, se o momento ou a fase foram importantes ou "bem vividos", a gente pega um detalhezinho dele e fixa na nossa mente... e no nosso coração... É uma comida... uma música... um cheiro... E quando a gente menos espera... anos e anos depois... aquela coisinha aparece como um verdadeiro elixir exalando na nossa memória aquele montão de coisas boas que essas inesquecíveis lembranças nos causam... A gente pode até adotar isso como um remédio sabia? É sério! Eu uso muito isso... Esses dias eu andava me lembrando de uma fase da minha vida a qual sempre relaciono a sensações de muita felicidade... Foram anos despreocupados, saudáveis, de muitos planos, muitos amigos... de vida bem curtida... Aquela idade de finzinho de adolescência... de planos de faculdade... de vida em Salvador...todo mundo idealizando um "futuro brilhante". Então... E aí eu me lembrei que nessa época eu ouvia tanto Caetano Veloso... Aquelas antiguinhas sabe? "Por que és o avesso do avesso do avesso do avesso..." Eu adorava... Ouvia Caetano pra começar o dia... Ou quando o dia acabava... Ou quando íamos ver o pôr-do-sol no Farol da Barra depois da aula... Ou quando íamos nos juntar pra alguém tocar violão... "Eu tomo uma Coca-cola ela pensa em casamento..." Tempo tão bom...
E hoje... agora que eu já estou aqui no futuro... no meu "futuro brilhante"... naqueles dias em que ele não se mostra tão brilhante assim... naqueles dias em que a gente precisa de alguma dose extra de ânimo, alto astral e felicidade... então aí eu coloco "na vitrola" as "antiguinhas de Caetano"... e vou ouvindo... vou ouvindo... E toda aquela sensação de felicidade vivida lá naquele determinado tempo e naquele determinado espaço da minha vida voltam pra me visitar. É legal! Muito legal mesmo!Faz bem e reanima! Rs. Agora diz se não funciona como um remédio? Quase um psicofármaco!Rs
É como quando como um enorme sonho de goiabada coberto com muito açúcar pra sentir uma forte sensação da minha infância...
Viajei no tempo!

"Esse papo já tá qualquer coisa..."

Tibet

terça-feira, 19 de julho de 2011

Viver é arte...


Tibet
(Adoro esse meu guarda-chuva... rs...)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Minhas asas...


Nos dias em que conseguimos, apenas, caminhar...
Asas se tornam um grande peso a carregar...

Tibet
(em dias chatos de "terra firme"...)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Elegância...



Li esse texto no mural do meu trabalho hoje. Adorei.
Quero me lembrar de tentar ser assim... sempre...

SER CHIQUE SEMPRE por GLÓRIA KALIL

"Nunca o termo “chique” foi tão usado para qualificar pessoas como nos dias de hoje.
A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas.
Assim, para ser chique é preciso muito mais que um guarda-roupa ou closet recheado de grifes famosas e importadas.
O que faz uma pessoa chique, não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta perante a vida.
Chique mesmo é quem fala baixo. Quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes e nem precisa contar vantagens, mesmo quando estas são verdadeiras.
Chique é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, porque se tem brilho próprio.
Chique mesmo é ser discreto, não fazer perguntas ou insinuações inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta.
Chique mesmo é parar na faixa de pedestre. É evitar se deixar levar pela mania nacional de jogar lixo na rua.
Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador. É lembrar do aniversário dos amigos.
Chique mesmo é não se exceder jamais! Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir.
Chique mesmo é olhar nos olhos do seu interlocutor. É “desligar o radar” quando estiverem sentados à mesa do restaurante, e prestar verdadeira atenção a sua companhia.
Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios.
Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o homenageado da noite!
Mas para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre de quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo, vamos todos retornar ao mesmo lugar, na mesma forma de energia.
Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se encontrar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não te faça bem.
Lembre-se: o diabo parece chique, mas o inferno não tem qualquer glamour! Porque, no final das contas, chique mesmo é ser feliz!
Investir em conhecimento pode nos tornar sábios… mas amor e fé nos tornam humanos!
."

Achei lindo!
Devíamos ser todos assim... elegantes perante a Vida!
Vamos, pelo menos, tentar? rs.

Tibet

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Hard level...


Há que se ter habilidade...

Tibet

domingo, 5 de junho de 2011

Lendo...


"Perto do Coração Selvagem" - Clarice Lispector (romance de estréia dela)

"Perco a consciência, mas não importa, encontro a maior serenidade na alucinação."
Clarice Lispector

É engraçado... mas, acho que eu tenho "medo" de Clarice!
Às vezes... passo alguns períodos de tão intensa "agonia introspectiva" que eu tenho uma sensação de me aproximar muito... a um nível arriscado até, de alguma linha imaginária que me limita da "insanidade". Se eu não ficar atenta... acabo me perdendo no lado subjetivo da vida! Isso, em algumas fases, chega a uma intensidade tal que, por precaução, eu "volto correndo" (rs) para a "concretude" da minha vida e entro de cabeça nas minhas "obrigações da vida prática". Eu hem?... Vai que eu vá ficando ficando e, um dia, não consiga mais "voltar" de lá... Morro de medo...
Então... E Clarice...
Quando a leio, ela me dá a impressão de um eterno viver sobre essa linha tão arriscada... Não sei como ela conseguiu suportar a sua própria intensidade! Começo a lê-la e ela, então, vai me arrastando de volta para a minha "zona de risco"...
Eu, pelo menos, posso fechar o livro e "voltar correndo" quando der medo...
E ela? Tava com ela dentro dela o tempo todo!

"... eu escrevo e assim me livro de mim e posso então descansar."
Clarice Lispector

"Não gosto quando dizem que tenho afinidade com Virgínia Woolf (só a li, aliás, depois de escrever o meu primeiro livro): é que não quero perdoar o fato de ela se ter suicidado.O horrível dever é ir até o fim".
Clarice Lispector

Virgínia Woolf coitada... era outra... (rs)

Apesar do "medo"...
Adoro as duas...

Tibet

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A vida...


Pra mim...
Bela...
E no meu ritmo...
Sempre...

Tibet

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Confronto (necessário?)


Dêem uma olhada nessa matéria do Frei Betto.
E mais importante: Dêem uma olhada apurada nos comentários. (Cada mundo é uma cabeça...rs)

http://sergyovitro.blogspot.com/2011/05/os-gays-e-biblia-frei-betto.html

Bem... é só pra refletir um pouquinho...
Eu... na minha imperfeição de pessoa inacabada, não consigo entender essa ótica de se ter que procurar "aval" pra todos os aspectos da existência humana na Bíblia.
Mas... Há aqueles que o fazem. Respeito.
Isso só se torna inaceitável quando alguns utilizam dessa via para oficializar, disseminar e autorizar o preconceito, o desrespeito e a intolerância ao ser humano que é livre para viver o amor da forma que lhe convier e lhe trouxer felicidade.

Tibet

As "coisas"...


Queria sugerir esse vídeo:

www.youtube.com/watch?v=lgmTfPzLl4E

Então...
...tem me causado uma enorme desilusão a percepção angustiante de como nos deixamos, em uma construção maquiavélica da engrenagem capitalista, ser transformados em famigeradas máquinas de consumir. Entregamos a nossa vida à busca incessante de satisfação a inúmeros e insaciáveis "sonhos de consumo", que, como o próprio nome diz, nos consomem dia após dia. Consomem a nossa capacidade de ser "gente" e de enxergar "gente" no outro. Estamos, a qualquer tempo, maquinando uma forma de conseguir o mais recente e atualizado modelo disso ou o mais avançado e luxuoso modelo daquilo. Estamos sempre empenhados em deixar claro aos que nos rodeiam que somos mais do que capazes de nos manter "em dia" nessa assustadora onda moderna, tecnológica e atualizada de consumo que está aí alerta e pronta pra "devorar" a nossa alma sem que nós, sequer, percebamos. E assim... vamos nos tornando "zumbis" manipulados cujas identidades são construídas a partir do que temos e podemos ostentar. E que isso fique bem claro: De nada vale "possuírmos" se todos os outros "zumbis" não souberem que estamos "possuindo". Poder consumir a contento (ou seja, com a voracidade que o sistema exige) já se tornou a nossa verdadeira "busca espiritual". Alimentamos o nosso espírito com todas essas "coisas" que vamos "possuindo" e amontoando ao nosso redor. E vamos transferindo isso pra todos os outros departamentos da nossa vida. Consumimos alimentos desarvoradamente até nos tornarmos um bando de obesos... Consumimos pessoas uma após outra em relacionamentos voláteis e fugazes... E assim vamos... procurando matar essa fome insaciável de TER que tomou conta da nossa alma e nos desconectou completamente de todo o verdadeiro propósito de SER que deveria ser a chave da nossa busca por sentido.
Fomos, a passos largos, nos coisificando, nos adestrando, e quando menos esperamos estamos aqui, absorvidos por uma existência completamente desprovida de significado. Esquecemos o que é a VIDA e toda a grandeza que lhe advém e em nome da qual estamos aqui pra usufruir, crescer e nos tornarmos mais humanos a cada dia.
Coisas. Foi isso em que nos transformamos.
E o que vamos deixar pro mundo? Todo esse lixo que produzimos.
Que lástima!

Tibet

sábado, 7 de maio de 2011

Razão e fé...


"Tão importante quanto crer é duvidar. A dúvida a serviço da boa reflexão, da tentativa de superação do senso comum, da margem estreita e do discurso redutor.
...
Fé que não comporta possibilidade de dúvida?!
Religião que não passou pelo crivo da reflexão?!
...
Arrisco-me a dizer que essa insegurança é característica muito presente nos dias de hoje. Ela se manifesta em dois opostos: Nas pessoas que não suportam a dúvida e por isso se protegem demais com respostas prontas e acabadas, ou então, nas que duvidam sem critérios, que se escondem em ceticismos inférteis..."

Então...
Padre Fábio de novo...

Acontece que eu encontrei, dentro de uma religião, alguém que consegue a proeza do equilíbrio perfeito entre fé e razão...
Inteligência sensata e serena na fé...
Tenho, de verdade, me identificado...

Tibet

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Tolerância...


"Tenho visto e sentido na pele o poder destruidor de uma religião mal aplicada. Igrejas que se levantam entre si, desejosas de prevalecer como verdade absoluta, caminho único para a conquista de um 'céu futuro'. A verdade dogmática instrumentalizada como escudo, interpretada e utilizada como arma para destruir os que não a reconhecem.
...
O desprezo pela vida terrena é justificado pela promessa de delícias futuras, eternas...
...
Discursos que segregam porque são construídos a partir da convicção de 'povo eleito'. A eleição compreendida como direito de jogar fora o que pensa diferente, o que não reza na mesma escadaria, o que não comunga do mesmo cálice ou que não acende a mesma vela. A religião como instrumento de culpa, acusação, vigilãncia e punição, em vez de instrumento que ensina o caminho da tolerância e da liberdade.
Mas seria esse o verdadeiro papel da religião? Criar intolerância?
...
Não há um fator definitivo, superior e universal que possa preponderar sobre todas as diferenças?
...
Sonho com o dia em que o banquete seja para todos.
Mesmo que tenhamos pregações e doutrinas diferentes.
Mesmo que alguns não tenham doutrina
alguma."

Não resisti: Mais um trecho do Padre Fábio.
Que homem lindo!
Queria muitos desse pelo mundo...
Tibet

terça-feira, 3 de maio de 2011

Arte...



"Minha matéria-prima é o avesso da vida. As pessoas são interessantes assim. Não são um resultado final, mas a totalidade de um processo.
...
O processo artístico é sempre um gesto inacabado, porque nenhuma obra, por mais perfeita que seja, consegue aplacar o processo criativo do artista. A arte nasce das ausências, das dores que o mundo provoca na alma sensível. Os rascunhos são testemunhas dessas dores porque neles estão os caminhos que o artista precisou percorrer para chegar ao resultado da obra."

Mais um trecho do Pe. Fábio de Melo.
(Pois é... eu me encantei...)
Viver é arte!
Pura arte...

Tibet

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Questões...


...
"Escuto absurdos sobre Deus, quando pessoas movidas por boas intenções resolvem explicar as fatalidades do mundo. Frases simplórias e descomprometidas com a verdade não resolvem...
...
Justificam as tragédias humanas como "vontade divina", retirando assim a responsabilidade humana dos acontecimentos, frutos das escolhas que fazemos. Respondem a tudo e a todos como se o desvelamento do mistério pudesse resolver as questões.
...
Tenho medo quando o discurso religioso é utilizado de forma mágica a questões que são humanas... sangradas em lugares que nossos olhos não alcançam.
Por isso não tenho receio de afirmar que o específico das religiões não consiste em responder às perguntas, mas em nos ensinar a conviver com elas. Na tentativa de resolver os conflitos que nos afligem, correm o risco de atentar contra a sacralidade dos fatos."

Trecho do Pe. Fábio de Melo no livro "Cartas entre amigos: Sobre medos contemporâneos", no qual ele troca cartas com o amigo Gabriel Chalita.

Tenho gostado bastante das idéias que tenho ouvido/lido do Pe. Fábio. De certa forma acho isso bom. Eu... que sou tão desconfiada das "intenções" das religiões... me deparei com alguém, bem de dentro de uma delas, falando sobre espiritualidade e fé sem deixar de lado, em momento algum, o raciocínio lógico, o senso crítico, o bom senso e a inteligência. Reanaliso e "filosofo": Talvez a grande questão não esteja nas religiões em si, mas nas pessoas que as conduzem como se espíritualidade não pudesse dar as mãos à inteligência. O problema está naqueles que buscam o conforto mágico e inquestionável das respostas prontas para as dores e indagações naturalmente humanas...
Gosto desse padre...

Tibet

domingo, 17 de abril de 2011

...


O silêncio tem falado muito alto...
Tibet

"Ascolta il tuo cuore"


...
"Rimani come sei,
Insegui il tuo destino,
Perché tutto il dolore che hai dentro
Non potrà mai cancellare il tuo cammino
E allora scoprirai
Che la storia di ogni nostro minuto
Appartiene soltanto a noi.
Ma se ancora resterai,
Persa senza una ragione
In un mare di perché

Dentro te ascolta il tuo cuore
E nel silenzio troverai le parole.

Chiudi gli occhi e poi tu lasciati andare,
Prova a arrivare dentro il pianeta del cuore

Credi in te! Ascolta il tuo cuore!
Fai quel che dice anche se fa soffrire.
Chiudi gli occhi e poi tu lasciati andare,
Prova a volare oltre questo dolore"
...

L. Pausini

terça-feira, 5 de abril de 2011

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Lentes...


Religiões são como lentes de contato.
Há que se ter muita cautela ao manuseá-las.
Há que se saber, exatamente, que ângulo da visão se quer "ajustar" e em que grau.
E cuidado...
Muito cuidado...
Depois de colocadas elas te fazem sentir bastante confortável...
Você se acomoda... Não quer tirá-las nem pra dormir...
E passa a enxergar o mundo todo através delas...

Tibet
Adoooro metáforas!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Caminhos...


Talvez religiões sejam caminhos equivocados de se chegar a Deus...
Ele é maior...
Mas...
apenas a cada um é dado escolher o próprio caminho a percorrer...
Sem análises ou julgamentos exteriores...

Esses caminhos...
São como impressões digitais...

Tibet

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Lendo...


"Dez provas da existência de Deus". São dez discursos filosóficos (Aristóteles, Cícero, Sexto Empírico, Agostinho, Anselmo, Tomás de Aquino, Descartes, Malebranche, Berkeley e Hume) acerca do citado tema. É uma seleção organizada por Plínio Junqueira Smith (Doutor em Filosofia pela USP) na qual ele reúne os principais argumentos filosóficos, a favor da existência de Deus, através dos tempos (Filosofia Antiga, Medieval e Moderna).
Comecei a ler esta semana...
Então...
Acho que essa é uma das questões-chave da minha existência...
Questão essa que tem como principal característica o fato de ser sempre uma questão... uma indagação infinita que me deixa em constante movimento.
Na verdade, durante muito tempo, acreditei que a minha verdadeira questão seria oscilar entre a crença na existência e a crença na inexistência... Hoje, depois de percorrer longos e profundos caminhos em ambas as direções, entendo melhor a minha "intuição" e sentimento sobre o assunto.
Acredito na existência.
Mas, não aceito a associação dessa existência a dogmas, verdades prontas, respostas rápidas e simplistas aos inúmeros enigmas que a Vida nos impõe. Isso tudo é o que torna a idéia pequena. Tira toda a amplitude da perspectiva de Deus como um ser supremo. Não entendo como é que conseguem pegar uma idéia tão complexa, abstrata e rica e carregá-la de pequenezas para que seja manipulada de acordo às necessidades de quem assim precisar. Pára com isso... Acho que o grande erro foi terem criado, pra Deus, as religiões. Talvez esse tenha sido o grande equívoco dessa história.
Em contrapartida, os crentes na inexistência também cometem, na minha perspectiva, o mesmo erro. Fecham questões, ao meu ver, impossíveis de serem fechadas. São questões muitíssimo enigmáticas para o estado em que nos encontramos... Pequenas feridas da existência, que nos acompanharão pelo resto da vida. Até porque... "a respeito de todos os assuntos, sempre se pode sustentar dois discursos contraditórios ou argumentar dos dois lados de uma questão com a mesma força persuasiva" (Pg 17, onde cita idéias de Protágoras).
E por que essa necessidade de resolvermos essas equações com a nossa tão limitada forma de perceber a Vida? Talvez essa trilha... essas indagações... sejam, exatamente, o que realmente precisamos para uma nossa evolução espiritual e auto-conhecimento...
"O infinito não se deixa compreender pelo finito"...
Resta-nos, então, a busca... o filosofar... o crescimento...

Tibet

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Clarice,


"... eu escrevo e assim me livro de mim e posso então descansar."
Clarice Lispector


Acabei de concluir a leitura da biografia "Clarice," de Benjamim Moser.
Muito mais que fascinada por essa "entidade" da literatura brasileira...
Aos Lispectorianos de plantão: Vocês PRECISAM ler isso!

Tibet

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Queria querer...


Eu queria querer um pouco mais...
Mas não consigo querer como se quer nesse mundo...
Isso, muitas vezes, me leva a fases de um intenso e desconcertante não querer...
E vou andando por aí... desconectada do mundo que funciona à minha volta...
E passo, eu, a funcionar, por longos dias, como uma máquina programada...
...
Queria querer como todos andam por aí... querendo...
Mas... isso acontece como um grande esforço em mim...
Sacrifício ... pra me fazer com cara de mundo...
...
Finjo querer...
Finjo sonhar que quero...
Finjo que sonho..
...
Queria um ápice de alegria...
Uma explosão de medo...
Um incômodo exacerbado de raiva...
Queria uma over-dose de adrenalina por conseguir...
... coisas "normais" de se querer...
...
Anestesia...
...
Preciso me conciliar com os meus reais "quereres"...
E me acostumar com os olhares estupefactos ao meu redor...
Ou terei que "baixar o programa" desse mundo em mim.
...
Insônia...

Tibet

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Assistam...


"As Horas", baseado no livro de mesmo nome de Michael Cunningham. O autor, inspirado no romance "Mrs Dalloway" de Virgínia Woolf, traça um interessante paralelo entre três histórias, de três mulheres, vivendo em tempo e espaço bastante distintos, mas, que, incrivelmente, se entrelaçam de alguma forma: A história da própria Virgínia (Nicole Kidman), na fase em que escrevia, envolta em suas graves crises de depressão, o citado romance; a de Laura Brown (Julianne Moore), dez anos depois, vivendo infeliz e entediada como mãe de família em uma vida monótona na qual lia o romance escrito dez anos atrás por Virgínia; e, finalmente, a de Clarissa Vaughn (Meryl Streep), que seria uma "Mrs Dalloway" dos dias atuais, insatisfeita e inquieta em mais um conturbado dia de sua vida. Além de serem histórias interessantes por si só, uma das coisas, entre tantas outras, que torna o filme/livro de Cunningham muito interessante é a forma como as três histórias/mulheres se tocam formando um todo bastante rico que conduz, inevitavelmente, a uma profunda reflexão acerca das questões que habitam e inquietam a existência de muitos de nós. Além de tudo isso, é também uma excelente oportunidade de conhecer um pouco sobre Virgínia Woolf, essa tão complexa e introspectiva escritora britânica que viveu no início do século XX e que foi de encontro às tradições literárias vigentes na época tendo, por isso, sua obra considerada como modernista. Suicidou-se em 20 de março de 1941.
Então... é isso...
Assistam!

Ah! Uma curiosidade:

Clarice sobre Virgínia Woolf:

"Não gosto quando dizem que tenho afinidade com Virgínia Woolf (só a li, aliás, depois de escrever o meu primeiro livro): é que não quero perdoar o fato de ela se ter suicidado. O horrível dever é ir até o fim."

Pois é...
Uma sempre me remete à outra...


Tibet

Lendas?


Eu: (deitada na cama à toa... Um DVD de Adriana Calcanhoto tocando na TV...)
Ele: Mãe... por que os adultos fazem assim? Inventam um monte de coisa pra gente... E depois... quando a gente cresce um pouco... eles falam que era tudo mentira? Que era só uma lenda...
Eu: Tipo o que?
Ele: Tipo assim... Papai Noel... e outras "prosas" assim... Pra que isso?!
Eu: Nem sei... Vai ver que serviu pra alguma coisa enquanto se acreditou... Sei lá... Mas acho que é besteira mesmo...
Ele: E o que mais é lenda?
Eu: Mais nada eu acho... Não me lembro de mais nada além do Papai Noel agora...
Ele: E Dona "X"? Era uma lenda?
Eu: Oxe menino! (morreeeeendo de rir!). Claro que não!!! Ela existe mesmo!!! Tá doido?! (Dona "X" é uma moradora do segundo andar. Nós moramos no terceiro, em cima da casa dela. Quando ele fazia muito barulho em casa eu dizia que Dona "X", que tava lá embaixo da gente, era super-hiper-brava e que ela iria lá em casa, tocar a campanhia e reclamar do barulho que ele andava fazendo).
Ele: Tá vendo? Assim a gente nunca vai saber direito...
Eu: (me recuperando da risada...)
Ele: E Deus?!
Eu: O que tem Deus criatura?!
Ele: E se for assim... tipo... todo mundo fala pra gente acreditar que ele existe e depois... quando a gente virar adulto a gente vai e descobre que ele não existe?! Como é que faz pra gente ter certeza logo?
Eu: Aí... (cá pensando comigo: "Ai meu Deus! Eu falo o que agora?) Essa é uma investigação que cada pessoa tem um jeito muito pessoal e particular de fazer... Acho que, na verdade, é uma investigação que pode durar por toooda a vida da pessoa... E o pior... Cada um pode chegar a várias conclusões diferentes em cada fase da sua vida...
Ele: Ai meu Deus... E agora? ... Mas você acha o que mãe?
Eu: Ham? É... (eu, normalmente, não sei dizer o que acho sobre esse tema sem elaborar um verdadeiro e confuso tratado filosófico-religioso... é uma lástima! Faço tanta confusão que, muitas vezes, sou tomada como ateísta sem o ser. Sem contar que eu não gostaria, nem um pouco, de oferecer um caminho prontinho pra ele começar a trilhar sem iniciar sua própria investigação, digamos assim! Ia falar o que? Alguém me salva?)
...
O que eu acho? É...
...
Ele: (olhando pra Adriana Calcanhoto na TV) Essa cantora é tão triste né mãe? Você acha que ela tem aquela doença? (ela me salvou!)
Eu: Que doença menino?!
Ele: Aquela que os adultos têm... que ficam muito tristes e nem sabem direito porque... Acho que é... como é mesmo o nome? "opressão" parece....
Eu: Depressão criatura! (rindo pra me acabar...)
Ele: Ah é! Isso aí... Mãe, vou descer viu? Posso tomar banho de piscina?
Eu: Vá... Mas suba na hora certa.

Tibet

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Imensidão...


Às vezes fico sem ar...
com essa imensidão da vida...
Imensidão dessa minha vida...
Possibilidades inquietas vivendo dentro de mim...
Muitas vezes...
desperto num enorme desconforto...
de despertar a alma...
e ela não caber, de volta, confortavelmente...
dentro desse meu corpo...
Um desconforto atroz de ter que...
ainda que um pouco...
... encolher a minha alma...
até fazê-la se aquietar...
e se encaixar novamente...
pra seguir por mais um dia de "mundo pequeno"...

Que eu não me perca dessa minha alma...
Elástica... e flexível... e poderosa...
Pra que, por todas as noites ela se engrandeça enormemente...
se torne imensa...
e desperte assim... bem grande
E que eu possa sempre, ao acordar
me lembrar durante todo o dia
do quão grande... enorme... imensa...
ela pode ser...

Assim como é a vida...
Como há de ser a minha...
Ainda que nesse mundo assim...
... pequeno...

Tibet

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ciberespaço 2...


Lastimo muito ter que narrar isso aqui. Mas, por ser um tema que me afeta enormemente e eu, tendo sentido na pele a maldade alheia incorporada nesse ato, não consegui ficar sem expressar minha mais que extrema indignação quanto ao que me aconteceu. Há, exatamente, dois dias atrás, fui vítima de alguma infeliz criatura (alguém realmente "do bem" faria algo assim?) que, além de invadir a privacidade do meu e-mail, enviou, a partir dele, uma mensagem a uma terceira pessoa com o único e exclusivo objetivo de provocar intriga e desarmonia. Sem sucesso, é claro! Depois de perder um bom tempo raciocinando e percorrendo inúmeros trajetos virtuais, descobri a "porta aberta" que permitiu e originou tal ato. Então... depois de providências tomadas e tendo fechadas "as portas" comecei a refletir sobre o que levaria um indivíduo a despender preciosos minutos da sua tão preciosa vida pra sentar em frente ao computador... violentar o espaço alheio e forjar uma mensagem que, no julgamento dele, seria capaz de causar danos a outros?!E o pior! Sendo esse, exclusivamente, o seu intuito! Um ato movido, pura e simplesmente, pela maldade! Onde está a dignidade e o amor-próprio desse ser que não é capaz de enxergar a grandeza de sua própria vida?! Eu, realmente, não consigo entender a lógica de pessoas assim! E peço a Deus que eu continue não entendendo! Que eu nunca seja movida por motivos como esses! Que o sentido da minha vida esteja, para todo o sempre, muito além das "idéias" que moveram essa pessoa no momento em que parou a sua própria vida para tentar causar o mal. Torço, na verdade, é que esse meu "não entendimento" possa, um dia, tocar as mentes de criaturas que vêem lógica em atitudes como essa! E pior! Acham isso normal no "mundo virtual"! Quer saber? Índole e caráter não podem ser relativizados nunca! Seja em que mundo for! É simples: Uns têm. Outros não.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Assistam...


Esse filme é lindinho... Muito muito!
O menino é uma graça!
Só pela música-tema já valeria pra caramba parar pra assistir: "Something" - The Beatles
Na minha lista de "melhores coisas do mundo" essa música figura, com certeza.
É a minha preferida deles.
Então, é isso...
Procurem por aí...
E assistam tá?

Tibet