"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Reveillon...


Aversão...
... a essa "obrigação" insandecida de viver uma "noite extraordinária"...
recheada de "coisas alegres e explosivas" que abrem um buraco no peito.
... a essa nostalgia involuntária não se sabe de que...
"Nada do que fui me veste agora..."
Saudade das minhas noites saudáveis e descomprometidas de sexta-feira...
de risadas, conversas, pessoas, copos e músicas que independem de calendário...
Avidez...
...por um dia novo e ensolarado...
que tenha o poder de chegar e...
em dez segundos...
fazer essa noite, tão cheia de vazio, ir compor o passado...
10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1...

Tibet

Leiam...


Passei um tempão desejando esse livro até que, num belo e comemorativo dia... (belo de verdade!) ganhei de presente! Foi, pra mim, um daqueles presentes que fazem a gente ficar com aquela cara de "ganhar bicicleta no Natal" (rs)... Então... a partir daí, tenho consumido horas e horas degustando esse livro que tanto quis ter nas mãos.
Além de ser uma narrativa muito interessante (e riquíssima em detalhes) da vida da nossa tão extraordinária Clarice, o autor (Benjamim Moser) traz também um trabalho incrível de contextualização, recapitulando "pedaços" muito importantes da história do Brasil e, até mesmo, da história mundial. Ao narrar a vida da família Lispector durante os primeiros anos de vida de Clarice, na Ucrânia, o autor faz uma retrospectiva bem interessante da saga vivida pelos judeus em um daqueles que foi um período crucial da vida desse povo (Primeira Grande Guerra) e que marcaram toda a população judaica no mundo. Mais na frente, no período equivalente à Segunda Guerra, é retomada a história da parte da família que havia permanecido no seu país de origem e todo o percurso feito por eles pra escaparem do caos do Holocausto.
E tem muito mais. Vale a pena.
Leiam, leiam, leiam...

Tibet

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ciberespaço...


Ciberespaço e ética. É incrível, mas, me parecem duas coisas incompatíveis. Não existem juntas. A cada vez que entro em contato com esse tema sou acometida por uma revolta tão irritante a ponto de sentir uma desilusão imensa e uma enorme descrença no quilate de algumas criaturas que habitam esse mundo e que têm uma vida virtual ativa (com as devidas exceções, é claro!). Atitutes de total violação de privacidade são totalmente banalizadas e tornam-se habituais e corriqueiras na vida de indivíduos dos mais variados estilos e graus de esclarecimento, conhecimento, bagagem cultural, nível de formação acadêmica ou qualquer outra qualificação sócio-econômica ou cultural ou seja lá o que for. Geralmente, cometemos o ingênuo erro de, através dessas qualificações, atribuir às pessoas, um certo nível de discernimento ético com o qual o mesmo, hipoteticamente, defina, para si, uma forma "descente" de se comportar, EM QUALQUER AMBIENTE, com relação ao seu semelhante. Balela pura! Ética anda junto é com caráter não com nível acadêmico/cultural/social/intelectual ou qualquer outra coisa do tipo. E caráter, infelizmente, é pra poucos! A internet é o maior fenômeno de comunicação dos últimos zilhões de anos. É a coisa mais fantástica que poderíamos ter o prazer de vivenciar. Entretanto, é como se tivesse sido transformada em um mundo à parte. Uma "terra de ninguém" como costumam dizer. Sem regras, sem leis, sem normas que possam oferecer àqueles que gostariam de a utilizar de acordo com os seus princípios de respeito à vida alheia, uma mínima porção de segurança e privacidade com relação à sua vida pessoal. Trocamos mensagens, scraps, e-mails com pessoas/contatos diversos o tempo todo (desde amigos, conhecidos e parentes a conhecidos virtuais e geograficamente distantes) e somos obrigados a estar, SEMPRE, pensando nas possibilidades de utilização que o destinatário fará com o conteúdo que lhe enviamos. Não temos como medir o que é ou não ético para a criatura que está lá do outro lado, recebendo uma informação destinada, única e exclusivamente, pra ela. Isso sem falar nas nossas informações que são interceptadas, violadas e utilizadas à nossa revelia sem que tenhamos uma mínima chance de defesa. A cada desilusão e decepção a esse respeito, somos obrigados a restringir os nossos contatos, nos comunicarmos menos no ciberespaço para que, assim, possamos ter resguardado o nosso direito a uma individualidade protegida e privativa. É incrível, mas, a cada avanço que temos nas tecnologias de comunicação, acontece um avanço maior ainda, promovido pelas mentes podres, motivadas pelo que tem de pior em uma criatura humana, no sentido de quebrar a segurança oferecida por aquela tecnologia e "esbagaçar" com a privacidade do indivíduo que utilizará daquela via. Vírus, câmeras ocultas, escutas eletrônicas, vírus espiões para computadores, celulares, linhas telefônicas e outros milhares de merdas são oferecidas escancaradamente através de propagandas chamativas em qualquer site. Isso é legal aqui nesse país?! Isso é lícito aqui?! Alguém pode oferecer um vírus espião ou sei lá qual é o nome dessa "desgraça" e outra "desgraça" pode ir lá, comprar ou baixar ou sei lá o que e escolher uma vítima pra ter sua vida pessoal devastada e escancarada pro resto do mundo?! Ninguém faz nada quanto a isso?! Ninguém vai fazer nada?! O que tem sido feito com relação a esse crime? Algum projeto de lei em andamento? Porque... pra pilhar o Projeto de Lei contra a Homofobia existem milhares de outros projetos oficialmente trabalhando contra. Alguns tratando, inclusive, a homossexualidade como anomalia. PÁRA TUDO! Vamos cair na real!
O que é que é ANOMALIA aqui?!
"Vocês não tão entendendo..."

Tibet

domingo, 11 de abril de 2010

Então é isso... rsrsrs...



Tibet

Dor de dente...


Existem umas dores de dente que são bem chatas. Elas não chegam a ser insuportáveis por serem daquelas que, de início, o dente não dói de forma constante. Você até esquece que ele te incomoda. Então,em algum momento de descuido, basta que uma insignificante porção de alguma doce guloseima que você tenha pensado em saborear apenas toque naquele bendito dente e um pequeno inferno se abate sobre você durante alguns longos segundos. Mas você suporta ali na hora, fecha os olhos, chega a lacrimejar de dor, mas passa e você esquece. Esquece até o próximo doce. E você vai fingindo que aquele dente não existe e entra em negação quanto à possibilidade de ir se sentar naquela aversiva cadeira e encarar, de vez, aquela criatura que está ali, dentro da sua boca, ameaçando tirar a sua serenidade quando você menos espera. E, então, chega uma hora que você passa a comer doce só de um lado da boca. Não é tão bom como com a boca inteira, mas, você abre mão desse luxo e vai seguindo. Os dias vão passando... e os doces acabam não tendo mais o mesmo sabor... Até que chega uma época em que, apenas o simples fato de olhar pra um brigadeiro, lhe faz sentir um arrepio percorrendo a sua a espinha e subindo em direção a nuca. E percebe que o incômodo não é só mais um incômodo. Ele já tem o poder de te afastar completamente de qualquer "doce" que venha a se aproximar da sua vida. Então, um belo dia, você acorda e, sem saber de onde nasceu toda aquela coragem, vai em direção à "famigerada cadeira", abrir a sua boca e esperar que uma "broca ensandecida" escave o maldito dente, foco de todo aquele sofrimento chato que lhe pegava de assalto nas horas mais inesperadas. E se entrega, com toda a sua força e racionalidade àquela situação de se submeter a minutos infinitos de intensa e profunda dor em troca da sua libertação. Não será mais "refém do dente". E a broca vai... escavando sem pudor aqueles pontos tão delicados. Existe um ponto bastante crítico, você sabe. É aquele ponto que, ao ser apenas triscado por aquela ferramenta de terror você tem vontade de sair do corpo. E é aí que você aguenta com vontade e pensa: "É agora dor desgraçada... que eu me livro de você pra sempre!". E aquela coisa vai, destroçando com tudo, acabando com você... até chegar lá no fundo... na raiz daquela p... A essa hora você nem sabe mais quem é... Até que, de repente, quando você menos espera... vem aquele silêncio... sente o friozinho daquela água lavando o que há umas horas atrás era sua grande ferida e que agora está sendo fechada, lacrada, polida...
E você agora... tem, pela frente, o "doce" de uma vida inteira te esperando.
Liberto da dor só lhe resta se deliciar.
Às vezes, na vida, nada se compara a um momento de coragem.
A coragem salva vidas!!! Rs.
Ah! Eu me esqueci de dizer que, além de retiscências...
Adoro metáforas!!! Rs.

Tibet

domingo, 4 de abril de 2010

Mutante...


"Não se apegue a velhas concepções que não explicam mais a sua realidade. Você mudou. O Universo está em transformação. O SEU universo está em mutação..."

Aí está algo que li hoje sobre mim, ou melhor, algo que essa intrigante arte de ler a vida no movimento dos astros falou sobre mim. Gostei. Estou quase completamente adepta. Rs. Acontece que eu leio... e acabo por identificar, realmente, o que tenho lido com o momento em que estou vivendo... e fico achando lindo isso! Rs...
E a verdade é que eu tenho me sentido, realmente, uma mutante nos dias atuais. Sinto as coisas interferindo em mim de verdade. E me sinto interferindo nelas. Sinto, de forma quase palpável, uma disposição interna para um crescimento efetivo enquanto pessoa, gente, ser humano. E acabei desenvolvendo uma auto-cobrança meio que rigorosa para que esse processo aconteça. Nesse movimento, tenho percebido que o "coração" (vamos chamar assim, aqui, aquela série de coisas subjetivas que envolvem aquelas emoções que nos sensibilizam/fragilizam algumas vezes) tem aberto espaço e dado lugar a outros processos bem diversos dos quais tenho costumado vivenciar. Tenho me surpreendido com percepções, visões e sensações bastante racionais e imparciais. Sobre a vida... sobre mim... sobre os outros... E é incrível como tudo isso tem vindo, sempre, acompanhado de uma sensação muito boa de força aliada a equilíbrio.
Eu me identifico muito com um dito de Nietzsche que diz:
"Não há outro critério da verdade senão o crescimento do sentimento de poder."
E é isso... Essa é a minha verdade no momento. Força e equilíbrio. Poder.
E eu diria que, o meu "cérebro" colocou o meu "coração" no seu devido lugar.
Não que ele tenha sido descartado. Jamais. Foi apenas realinhado... balanceado... calibrado...
Afinal... preciso pilotar com segurança e competência pela estrada dessa minha vida genial...

Tibet

sexta-feira, 19 de março de 2010

Ainda os astros...


Pra hoje... uma bela sexta-feira...
Você está sendo abençoado pela presença de Júpiter em seu signo, coisa que não ocorria há 12 anos. Júpiter simboliza energia de crescimento, de ampliação de horizontes, de conhecimentos, viagens e de tudo que signifique abertura a uma vida mais plena de significado. Fé e proteção aos piscianos.


Então...
Os astros estão, lindamente, se movimentando ao meu favor...

Tibet

domingo, 14 de março de 2010

Os astros...


Hoje recebi um e-mail... de algum site de astrologia que eu, provavelmente, algum dia, acessei pra ver o que os astros reservavam pra mim. E no e-mail havia, para hoje, 14/03/2010, a seguinte previsão:
"Sol e Lua se movimentam em seu signo, encaminhando-se à conjunção que marca a nova fase lunar , símbolo de um novo ciclo, que é, também, a despedida de velhas dinâmicas e energias. Você está agora atravessando este limiar entre o velho e o novo."
Como uma pisciana típica, cheia de intuições, imaginações e simbologias... tenho o hábito de procurar saber, de vez em quando, de forma bem empírica digamos assim, o que os astros estão "macomunando" a meu respeito. Quando a previsão não me agrada, a descarto logo e digo a mim mesma que "esse negócio de astrologia é besteira" rs... Mas... essa de hoje me foi bem positiva. Linda mesmo! E é lógico que acredito nela!
Imagine! O Sol e a Lua se movimentando pra me levar em direção a uma fase de novas energias! Que belo presente de aniversário! E é assim realmente que eu me sinto. Em uma nova dinâmica, envolta em energias que me potencializam e me tornam maior e melhor pra exercer o que/quem eu sou. É uma fase nova sim. Mas uma fase nova acontecendo de dentro pra fora, na qual eu me sinto trazendo o novo, a partir de mim, pra o "já estabelecido" que funciona ao meu redor e que eu chamo "minha vida". Vida essa que, diga-se de passagem, em nenhum momento a reconheço como uma "fase velha". É a "minha vida" preferida, que eu saboreio e na qual me delicio em todos os seus aspectos e que se movimenta em constante renovação. Agora mais que nunca! Eu, cá em baixo, e o Sol e a Lua, lá em cima, trabalhando juntos pra que boas energias possam fluir... sempre...

Tibet

sábado, 6 de março de 2010

Dia claro...


Tem dias que enxergar é tão inevitável...
Tem dias que a vida é tão clara...
Tem dias que são mais claros que outros...
Dias claros são bons...
São melhores...

Tibet

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Esvaziando a lixeira...


Hoje arrumei meu guarda-roupa...
E descartei algumas peças que não "pareciam" comigo...
E dobrei... e guardei só aquelas que, quando uso...
me sinto muito "parecida" comigo mesma...
Hoje arrumei e organizei meus livros...
E me lembrei de um monte de "verdades sobre mim" que eu havia encontrado neles...
em alguma página... em alguma leitura...algum dia...
E que, nos meus últimos passos, havia me esquecido...
Hoje organizei meu computador...
Organizei minhas idéias e imagens em pastas...
Limpei... cataloguei...
E enviei pra lixeira arquivos e informações que eu havia guardado...
algum dia... por algum motivo...
e que hoje não fazem sentido algum pra mim...
nem se conectam em nenhuma parte de quem eu sou...
E então esvaziei a lixeira...
Hoje me lembrei tanto de mim...

Tibet

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

domingo, 24 de janeiro de 2010

Lá de cima...


Existem alguns momentos na vida em que nos deixamos emaranhar por um combinado de coisas pequenas, rasteiras, sem expressividade alguma ou relevância para uma mínima sensação de crescimento ou grandeza que possamos sentir enquanto seres humanos. Contrárias a qualquer uma dessas idéias, essas "pequenezas" nos pegam em momentos de vulnerabilidade e nos amarram em um determinado ponto, nos imobilizando e nos impedindo de fluir com a nossa própria vida. E ficamos ali, estacionados, nos consumindo e nos gastando com essas futilidades tão mesquinhas que chegamos a prejudicar a nossa visão do que é realmente significativo e grande para nós mesmos. E quando caímos nessa "rede de pequenezas mesquinhas", restringimos enormemente a amplitude do que é ou do que pode ser a nossa vida. Essas "ervas daninhas mentais" parasitam as nossas emoções, pensamentos, sentimentos... Parasitam as nossas horas... os nossos dias... o nosso transcorrer com o mundo. É como se, nesses momentos prejudicados de vida, estivéssemos com a visão presa no nosso próprio umbigo e nos sentimentos de qualidade inferior que nos arrebataram nessa tão imprevista fase ruim. Se não ficarmos atentos a esse estado de coisas, corremos o risco de não voltarmos a "levantar a vista" para a imensidão do mundo à nossa volta. Corremos o sério risco de mantermos a nossa visão para sempre atrofiada como uma horrível sequela das "mesquinharias pequenas" que nos invadiram e tomaram conta de nós por algum momento de vulnerabilidade emocional. Nos tornamos, então,doentes emocionalmente, como se estivéssemos presos entre "quatro paredes de nós mesmos", com os nossos "pseudo-sub-problemas" que nos aprisionam É preciso que, no meio desse "cativeiro emocional", nos lembremos de tentar recuperar a ampla visão que construímos da vida e que existe ainda, em algum lugar guardado em nós. É preciso voltar a enxergar o mundo do alto, como quando observamos a vista do topo de uma montanha. De lá de cima enxergamos uma infinitamente maior porção do mundo... da vida... De lá de cima enxergamos as inúmeras construções e casas que compõem a nossa realidade e não apenas a nossa casa... e não apenas as nossas "quatro paredes" na qual nos colocamos de forma vulnerável e sofrendo por coisas insignificantes. Que subamos no topo da montanha... que possamos ter uma visão infinitamente ampla... que possamos enxergar, pensar, sentir e ser grandes... imensos. E que as "pequenezas mesquinhas e rasteiras" que rondam por aí tenham cada vez menos acesso a nós... Quando elas aparecerem inadvertidamente... estaremos longe... estaremos lá em cima... no topo.

Tibet