"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ciberespaço...


Ciberespaço e ética. É incrível, mas, me parecem duas coisas incompatíveis. Não existem juntas. A cada vez que entro em contato com esse tema sou acometida por uma revolta tão irritante a ponto de sentir uma desilusão imensa e uma enorme descrença no quilate de algumas criaturas que habitam esse mundo e que têm uma vida virtual ativa (com as devidas exceções, é claro!). Atitutes de total violação de privacidade são totalmente banalizadas e tornam-se habituais e corriqueiras na vida de indivíduos dos mais variados estilos e graus de esclarecimento, conhecimento, bagagem cultural, nível de formação acadêmica ou qualquer outra qualificação sócio-econômica ou cultural ou seja lá o que for. Geralmente, cometemos o ingênuo erro de, através dessas qualificações, atribuir às pessoas, um certo nível de discernimento ético com o qual o mesmo, hipoteticamente, defina, para si, uma forma "descente" de se comportar, EM QUALQUER AMBIENTE, com relação ao seu semelhante. Balela pura! Ética anda junto é com caráter não com nível acadêmico/cultural/social/intelectual ou qualquer outra coisa do tipo. E caráter, infelizmente, é pra poucos! A internet é o maior fenômeno de comunicação dos últimos zilhões de anos. É a coisa mais fantástica que poderíamos ter o prazer de vivenciar. Entretanto, é como se tivesse sido transformada em um mundo à parte. Uma "terra de ninguém" como costumam dizer. Sem regras, sem leis, sem normas que possam oferecer àqueles que gostariam de a utilizar de acordo com os seus princípios de respeito à vida alheia, uma mínima porção de segurança e privacidade com relação à sua vida pessoal. Trocamos mensagens, scraps, e-mails com pessoas/contatos diversos o tempo todo (desde amigos, conhecidos e parentes a conhecidos virtuais e geograficamente distantes) e somos obrigados a estar, SEMPRE, pensando nas possibilidades de utilização que o destinatário fará com o conteúdo que lhe enviamos. Não temos como medir o que é ou não ético para a criatura que está lá do outro lado, recebendo uma informação destinada, única e exclusivamente, pra ela. Isso sem falar nas nossas informações que são interceptadas, violadas e utilizadas à nossa revelia sem que tenhamos uma mínima chance de defesa. A cada desilusão e decepção a esse respeito, somos obrigados a restringir os nossos contatos, nos comunicarmos menos no ciberespaço para que, assim, possamos ter resguardado o nosso direito a uma individualidade protegida e privativa. É incrível, mas, a cada avanço que temos nas tecnologias de comunicação, acontece um avanço maior ainda, promovido pelas mentes podres, motivadas pelo que tem de pior em uma criatura humana, no sentido de quebrar a segurança oferecida por aquela tecnologia e "esbagaçar" com a privacidade do indivíduo que utilizará daquela via. Vírus, câmeras ocultas, escutas eletrônicas, vírus espiões para computadores, celulares, linhas telefônicas e outros milhares de merdas são oferecidas escancaradamente através de propagandas chamativas em qualquer site. Isso é legal aqui nesse país?! Isso é lícito aqui?! Alguém pode oferecer um vírus espião ou sei lá qual é o nome dessa "desgraça" e outra "desgraça" pode ir lá, comprar ou baixar ou sei lá o que e escolher uma vítima pra ter sua vida pessoal devastada e escancarada pro resto do mundo?! Ninguém faz nada quanto a isso?! Ninguém vai fazer nada?! O que tem sido feito com relação a esse crime? Algum projeto de lei em andamento? Porque... pra pilhar o Projeto de Lei contra a Homofobia existem milhares de outros projetos oficialmente trabalhando contra. Alguns tratando, inclusive, a homossexualidade como anomalia. PÁRA TUDO! Vamos cair na real!
O que é que é ANOMALIA aqui?!
"Vocês não tão entendendo..."

Tibet

domingo, 11 de abril de 2010

Então é isso... rsrsrs...



Tibet

Dor de dente...


Existem umas dores de dente que são bem chatas. Elas não chegam a ser insuportáveis por serem daquelas que, de início, o dente não dói de forma constante. Você até esquece que ele te incomoda. Então,em algum momento de descuido, basta que uma insignificante porção de alguma doce guloseima que você tenha pensado em saborear apenas toque naquele bendito dente e um pequeno inferno se abate sobre você durante alguns longos segundos. Mas você suporta ali na hora, fecha os olhos, chega a lacrimejar de dor, mas passa e você esquece. Esquece até o próximo doce. E você vai fingindo que aquele dente não existe e entra em negação quanto à possibilidade de ir se sentar naquela aversiva cadeira e encarar, de vez, aquela criatura que está ali, dentro da sua boca, ameaçando tirar a sua serenidade quando você menos espera. E, então, chega uma hora que você passa a comer doce só de um lado da boca. Não é tão bom como com a boca inteira, mas, você abre mão desse luxo e vai seguindo. Os dias vão passando... e os doces acabam não tendo mais o mesmo sabor... Até que chega uma época em que, apenas o simples fato de olhar pra um brigadeiro, lhe faz sentir um arrepio percorrendo a sua a espinha e subindo em direção a nuca. E percebe que o incômodo não é só mais um incômodo. Ele já tem o poder de te afastar completamente de qualquer "doce" que venha a se aproximar da sua vida. Então, um belo dia, você acorda e, sem saber de onde nasceu toda aquela coragem, vai em direção à "famigerada cadeira", abrir a sua boca e esperar que uma "broca ensandecida" escave o maldito dente, foco de todo aquele sofrimento chato que lhe pegava de assalto nas horas mais inesperadas. E se entrega, com toda a sua força e racionalidade àquela situação de se submeter a minutos infinitos de intensa e profunda dor em troca da sua libertação. Não será mais "refém do dente". E a broca vai... escavando sem pudor aqueles pontos tão delicados. Existe um ponto bastante crítico, você sabe. É aquele ponto que, ao ser apenas triscado por aquela ferramenta de terror você tem vontade de sair do corpo. E é aí que você aguenta com vontade e pensa: "É agora dor desgraçada... que eu me livro de você pra sempre!". E aquela coisa vai, destroçando com tudo, acabando com você... até chegar lá no fundo... na raiz daquela p... A essa hora você nem sabe mais quem é... Até que, de repente, quando você menos espera... vem aquele silêncio... sente o friozinho daquela água lavando o que há umas horas atrás era sua grande ferida e que agora está sendo fechada, lacrada, polida...
E você agora... tem, pela frente, o "doce" de uma vida inteira te esperando.
Liberto da dor só lhe resta se deliciar.
Às vezes, na vida, nada se compara a um momento de coragem.
A coragem salva vidas!!! Rs.
Ah! Eu me esqueci de dizer que, além de retiscências...
Adoro metáforas!!! Rs.

Tibet

domingo, 4 de abril de 2010

Mutante...


"Não se apegue a velhas concepções que não explicam mais a sua realidade. Você mudou. O Universo está em transformação. O SEU universo está em mutação..."

Aí está algo que li hoje sobre mim, ou melhor, algo que essa intrigante arte de ler a vida no movimento dos astros falou sobre mim. Gostei. Estou quase completamente adepta. Rs. Acontece que eu leio... e acabo por identificar, realmente, o que tenho lido com o momento em que estou vivendo... e fico achando lindo isso! Rs...
E a verdade é que eu tenho me sentido, realmente, uma mutante nos dias atuais. Sinto as coisas interferindo em mim de verdade. E me sinto interferindo nelas. Sinto, de forma quase palpável, uma disposição interna para um crescimento efetivo enquanto pessoa, gente, ser humano. E acabei desenvolvendo uma auto-cobrança meio que rigorosa para que esse processo aconteça. Nesse movimento, tenho percebido que o "coração" (vamos chamar assim, aqui, aquela série de coisas subjetivas que envolvem aquelas emoções que nos sensibilizam/fragilizam algumas vezes) tem aberto espaço e dado lugar a outros processos bem diversos dos quais tenho costumado vivenciar. Tenho me surpreendido com percepções, visões e sensações bastante racionais e imparciais. Sobre a vida... sobre mim... sobre os outros... E é incrível como tudo isso tem vindo, sempre, acompanhado de uma sensação muito boa de força aliada a equilíbrio.
Eu me identifico muito com um dito de Nietzsche que diz:
"Não há outro critério da verdade senão o crescimento do sentimento de poder."
E é isso... Essa é a minha verdade no momento. Força e equilíbrio. Poder.
E eu diria que, o meu "cérebro" colocou o meu "coração" no seu devido lugar.
Não que ele tenha sido descartado. Jamais. Foi apenas realinhado... balanceado... calibrado...
Afinal... preciso pilotar com segurança e competência pela estrada dessa minha vida genial...

Tibet