"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Leiam...


Passei um tempão desejando esse livro até que, num belo e comemorativo dia... (belo de verdade!) ganhei de presente! Foi, pra mim, um daqueles presentes que fazem a gente ficar com aquela cara de "ganhar bicicleta no Natal" (rs)... Então... a partir daí, tenho consumido horas e horas degustando esse livro que tanto quis ter nas mãos.
Além de ser uma narrativa muito interessante (e riquíssima em detalhes) da vida da nossa tão extraordinária Clarice, o autor (Benjamim Moser) traz também um trabalho incrível de contextualização, recapitulando "pedaços" muito importantes da história do Brasil e, até mesmo, da história mundial. Ao narrar a vida da família Lispector durante os primeiros anos de vida de Clarice, na Ucrânia, o autor faz uma retrospectiva bem interessante da saga vivida pelos judeus em um daqueles que foi um período crucial da vida desse povo (Primeira Grande Guerra) e que marcaram toda a população judaica no mundo. Mais na frente, no período equivalente à Segunda Guerra, é retomada a história da parte da família que havia permanecido no seu país de origem e todo o percurso feito por eles pra escaparem do caos do Holocausto.
E tem muito mais. Vale a pena.
Leiam, leiam, leiam...

Tibet

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