"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

quinta-feira, 30 de julho de 2009

De caso com Simone...


Depois de ter concluído a leitura de "Uma morte muito suave", que , por sinal, é muito interessante, comecei a ler "Os Mandarins", também de Simone de Beauvoir. Estou envolvidíssima! A temática é a posição de intelectuais (filósofos existencialistas) de esquerda na França no período do pós-guerra. O que torna a obra interessante é o fato de que os personagens da narrativa representariam a própria Simone, Sartre e Albert Camus. Toda a história se desenrola tendo como alvo o rompimento entre esses dois últimos causado pela discordância surgida entre ambos com relação às suas convicções políticas e filosóficas. O livro é recheado de diálogos/duelos filosóficos interessantíssimos. Tenho consumido todo o meu tempo livre (que infelizmente é bem menos do que eu gostaria) "me deliciando com Simone"... Sartre que me desculpe mas... ela é irresistível...
Tibet

Nenhum comentário:

Postar um comentário