"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Então (isso) é Natal?


Aqui estou eu às voltas com mais um fim de ano e todas aquelas "aspirações momentâneas" e "desejos de vir a ser" que tomam conta de quase todas as pessoas que habitam esse planeta. Tenho uma dificuldade enorme em lidar com isso. Irritação e preguiça de tantas "boas intenções" e "alegrias" "imprensadas" em, apenas, alguns (poucos) dos longos 365 dias do ano! Quanta hipocrisia nutrida e bem alimentada por essa "onda" consumista, fútil e extremamente volátil que se tornou a filosofia de vida do mundo contemporâneo.
O mês de dezembro se transformou em um verdadeiro pesadelo!
Tô em contagem regressiva desde já! Que essa "fanfarra" passe logo!
Em outras palavras: Afffff! Que saco viu?!

Tibet

sábado, 15 de outubro de 2011

Love is...



(PELA TOLERÂNCIA...)
Tenho verdadeira preguiça com o fato disso ainda ter que ser uma discussão...

Tibet

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Um sonho...


Hoje me veio uma vontade alucinante de comer um sonho de goiabada!
Essa vontade me desassossegou o dia inteiro...
E tomou conta do meu juízo!

Às vezes umas nossas vontades básicas primárias imperam!
Há que se vigiar sempre...(rs)
Pra que cuidemos de satisfazer, apenas, aquelas que nos deixam um gostinho doce no final...
... e uma boca lambuzada de açúcar...

(Ai que vontade viu?! Acho que porque hoje é o Dia das Crianças! Sonho de Goibada é a minha mais forte "memória gustativa" da infância...)

Tibet

domingo, 9 de outubro de 2011

Clarice...


É ela...

Tibet

Às vezes...



Às vezes sou um edredon macio e quentinho...
outras... o frio e o sereno da noite...

Às vezes sou um café solitário na cama...
outras... uma vodka com gente e limão...

Às vezes sou um lago claro e sereno...
outras... mar profundo e revolto...

Num dia só quero ir...
e no outro... ficar...

Às vezes...
... só me canso desse oscilar...

Tibet

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Releitura 2...


Como eu tinha falado aí embaixo, ando lendo (e relando, em alguns casos), umas coisas de Foucault. O que estou relendo agora é, na verdade, um trabalho muitíssimo interessante que foi coordenado por ele.
""Eu, Pierre Riviere, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão"
Em 1835, Pierre Riviere, de 21 anos e considerado um deficiente mental na comunidade na qual vivia, degolou sua mãe, sua irmã e seu irmão. O trabalho coordenado por Foucault faz uma compilação de peças e pareceres processuais, análises psiquiátricas controversas, notícias da época e narrações daqueles que conviveram com o assassino e nas quais são descritas atitudes, hábitos julgados estranhos e episódios de infância de uma personalidade tida como alienada e perturbada.
Além de ser um caso muito instigante por si só, por apresentar várias possíveis análises a partir de múltiplas perspectivas, as observações de Foucault e colegas ao final da obra dão um plus extraordinário em toda a história.

Pierre Riviere foi, inicialmente, condenado à morte, penalidade que foi, em seguida, comutada para prisão perpétua graças aos diagnósticos de debilidade mental.
Ele escreveu suas memórias na prisão. Memórias complicadas ao entendimento da nossa racionalidade lógica.

Recomendadíssimo!

Ah! A foto é do filme francês de René Allio, gravado em 1976 e baseado no trabalho coordenado por Foucault.
Ainda não tive a oportunidade de assistir. Não sei nem se foi traduzido pra gente aqui...
Mas, vou dar uma procurada por aí.
Se encontrar... eu conto!

Tibet

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Releitura...


Não sei se já comentei aqui, mas, eu tenho mania de ler em cada pequeno intervalo livre da minha rotina de dias úteis. Gosto de ler, especialmente, na minha hora de almoço (nessa hora prefiro algo mais lírico, mais poético... que me faça abstrair, de fato, da excessiva carga de praticidade do meu trabalho). Então... dos 60 minutos que tenho, almoço em 15 e fico com "enormes" 40 minutos de folga só pra ler... (ah! antes que alguém cisme em perguntar: eu escovo os dentes nos 05 minutos que ficaram faltando aí nessa conta tá? rs). Gosto muito de ler tarde da noite também...naquela hora em que a casa toda já dorme... o notebook e a TV já estão desligados e o celular não vai mais tocar... (pra esse horário ando numa vibe meio Foucaultiana... Depois conto aqui...)
Pois é... e, pra ambos os horários, ando vivendo uma fase de releituras.
Estou relendo, de sobremesa, o "Ressurreição" de Machado de Assis. Adoro Machado de Assis. Você lê, e pouco importa se os personagens são brancos ou negros, altos ou baixos, bonitos ou feios... Ele "gasta" parágrafos e mais parágrafos descrevendo o personagem em cada detalhe da sua personalidade. E constrói algumas personalidades densas,complexas, intrigantes que convivem com algumas outras não tão densas e nem tão complexas e mais superficiais... Tudo isso torna a leitura muito rica e interessante. Todo aquele mundo... bem subjetivo... Gosto disso.
Então... Aí vai, só pra ilustrar, trechos de um diálogo do "Ressurreição"

" - Confiei todavia na influência do amor. Empreendi a tarefa de o trazer à atmosfera dos meus sentimentos, errada tentativa, que só me produziu atribulação e cansaço...
... No dia em que o tédio apareceu conheci que o mal estava consumado. Quis emendá-lo e não pude...
... às vezes cuido que não vim ao mundo para ser feliz nem para dar a felicidade a ninguém. Nasci defeituosa, parece.

- Naufragaste á vista de terra, e do naufrágio trouxeste apenas úmidos os vestidos. Sabes o que é naufragar em mar alto e solitário?

- Não me caíram as ilusões como folhas secas que um débil sopro desprega e leva, foram-me arrancadas no pleno vigor da vegetação...
... Meu espírito ficou árido e seco. Invadiu-me então uma cruel misantropia, a princípio irritada e violenta, depois melancólica e resignada. Calejou-se-me a alma a pouco e pouco, e o meu coração literalmente morreu..."

Então... isso é Machado de Assis!
Experimentem, se ainda não o fizeram...

Tibet