"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Em mim...



Eu adoro meu quarto. Minha cama com o meu edredon... O barulho do meu ventilador... e o escurinho que a janela sustenta até que eu decida enxergar a claridade do dia. Eu sempre tenho uma sensação boa quando volto pra casa, muitas vezes tarde da noite ou já cedo do dia e me lembro que vou poder chegar e "apagar" no meu quarto. É uma sensação tão grande de conforto e aconchego que, muitas vezes, sinto vontade de sair, conversar, beber até cansar só pra ter essa sensação de voltar e me largar despreocupadamente nesse lugar com o qual me identifico tanto tanto...
E é bem assim comigo... aqui dentro... em mim...
Tenho um lugar aqui, que fui construindo dia após dia... ano após ano... luta após luta... para o qual sempre sinto um enorme prazer ao voltar. Sei que posso sair por aí, pela vida, pelas situações, pelas pessoas e... se eu "cair"... e me estraçalhar... vou poder correr pra cá... pra o meu lugar, no qual sei que vou me curar, me reconstruir e me fortalecer até que esteja pronta pra uma próxima "saída pelo mundo". E... sempre saio melhor do que cheguei. Nunca pior. Já passei algum tempo preocupada com o acolhimento que esse meu "canto" me proporciona. O conforto de estar em mim é tanto que não dava vontade de sair. Descobri que eu sou, de longe, a minha melhor companhia (rs). Isso me assustou de alguma forma pela sensação de auto-suficiência que me proporcionava que chegou a me tirar a energia necessária pra partir em direção a outras pessoas e relações. E passei comigo um bom pedaço de tempo.
Foi então que descobri que EU vou estar sempre aqui... em mim...
Como uma casa quentinha e acolhedora a me esperar toda vez que eu voltar das minhas voltas por aí... pelo mundo... pela vida... Uma casa sólida e consistente. Nela posso confiar. Sempre.
Então me tornei maior, mais forte e muito mais destemida.
Como uma pessoa-caracol... carregando a própria "casa" em si.

Tibet

Nenhum comentário:

Postar um comentário