"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

terça-feira, 9 de abril de 2013

Pessoas e pessoas...


Existem pessoas e pessoas.
Tenho preguiça de umas... e "medo" das outras...
Existem algumas com as quais apenas uma minúscula porção de nós mesmos é suficiente (ou até demais) pra estabelecermos algum tipo de troca...
E então... pegamos todo o resto de nós... dobramos bem dobradinho e, simplesmente, guardamos em algum canto bem seguro. E toda essa imensidão ficará lá... guardada... empoeirando... durante todo o tempo que durar a "relação"... ou tentativa dela...
E a gente vai seguindo... e vai se esquecendo do tal "embrulho" que foi guardado um dia... até que, em um determinado momento, nos deparamos com alguma situação que nos faz sentir vontade de "arrumar a casa"... revirar tudo... "abrir baús e gavetas" e eis que, de repente, encontramos um "embrulho todo empoeirado" em um canto e nos vem aquela sensação de... "e eu que nem me lembrava que tinha guardado isto aqui?!"...
E então... recuperar o "embrulho" e voltar pra o que se tentava chamar de "relação" tornam-se coisas incompatíveis...
E... existem as outras pessoas...
Ah... essas outras...
Um dia olham pra você e simplesmente indagam: "Que embrulho curioso! O que tem dentro? Posso abrir?"
E essas pessoas vão enxergar os seus olhos, o seu pensamento, a sua lógica de perceber as coisas... o mundo dentro da sua cabeça...
Vão entender muito no pouco que você falar.
Vão desvendar um seu pensamento que até pra você parecia complicado...
Vão compartilhar longas e profundas conversas com leveza, despreocupação, sagacidade e uma cerveja bem gelada...
E com elas... até o silêncio compartilhado será acolhedor...
Com elas poderemos oferecer a maior porção que conseguirmos de nós mesmos...
Daí vem o "medo"...
"Medo" assim... entre aspas... por ser medo com prazer!

Existem pessoas e pessoas...
"Umas te roubam...
E outras te devolvem..."

Tibet

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