
É incrível como essas personalidades densas, profundas, complexas e instáveis me atraem tanto.
Uma das grandes representações da literatura inglesa, escrevendo ela se refugiava das alucinações e das sucessivas crises depressivas.
Em sua última carta, escrita ao marido antes de dar fim à própria vida, Virgínia evidencia a sua sensação de estar sendo, constantemente, assediada pela loucura.
Então, em março de 1941, encheu os bolsos do casaco com pesadas pedras e se atirou nas águas geladas do rio Ouse.
Sempre que leio Virgínia Woolf acabo a associando à Clarice Lispector (depois de Beauvoir, uma das minhas divas da literatura). Sempre achei Virgínia e Clarice personalidades muito afins e ambas de uma complexidade que nos dá a impressão de terem vivido as duas, durante todas as suas vidas, driblando um estado emocional bastante vulnerável e sujeito a uma mente aguçada demais na percepção do mundo à sua volta. Talvez uma lucidez extrema que chegava a beirar a loucura.
Outro dia li em algum lugar a opinião de Clarice quando lhe indagaram sobre essa possível similaridade. E ela disse:
"Não gosto quando dizem que tenho afinidade com Virgínia Woolf (só a li, aliás, depois de escrever o meu primeiro livro): é que não quero perdoar o fato de ela se ter suicidado.O horrível dever é ir até o fim".
"O horrivel dever é ir até o fim..." Rs.
Na minha opinião... ficou mais parecida ainda!
Tibet
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